SUTRA DA PRAJNAPARAMITA
GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SVAHA!
IDO IDO IDO ALÉM COMPLETAMENTE ABERTO DESPERTADO SALVÉ!
O Sutra de Prajnaparamita resume de uma forma admirável e concisa o núcleo indestrutível da doutrina, o eixo em torno do qual gira a grande roda da Lei búdica, o Darma.
O Sutra do coração é recitado todos os dias pelos monges budistas tibetanos e japoneses antes dos seus exercícios rituais
Texto sublime
Significado de cada um dos termos
Significado de cada um dos termos
GATE: Literalmente «Ido». Este sutra é de algum modo um testemunho e um convite. Testemunho de uma experiência consumada, a de todos os liberto-vivos; convite dirigido a todos os que têm a sorte de o ouvir para que se lhes vão juntar, para que partilhem do seu júbilo incomensurável.
Esta primeira palavra é geralmente associada com a seguinte percepção espiritual: «a forma é o vazio»; desde que nos desembaracemos das emoções, das paixões, dos desejos, fontes de conflito psíquicos inevitáveis, as coisas, as formas exteriores são esvaziadas da sua substância; privadas dos afectos que as alimentavam, elas desagregam-se na vacuidade.
GATE: a repetição sugere agora que «o vazio é a forma»; poderíamos efectivamente tender, depois de a vacuidade ter sido pressentida, a conceptualizar a noção de vazio, quando afinal este não é diferente da forma. A sunyata é uma experiência do ser em que podemos muito bem viver a vacuidade e acomodar-nos às manifestações exteriores como elas se apresentam.
PARAGATE: Literalmente «Ido além». Depois de havermos transporto a cortina obscurecedora dos fenómenos, tendo percebido a sua irrealidade intrínseca, alcançamos uma percepção fresca, deslumbrante, natural, destes fenómenos: «A forma é a forma».
PARASAMGATE: Literalmente «Completamente exposto, despojado.» Despertados do cerne do indiferenciado, identificamo-nos naturalmente com o Sujeito Último, cessamos definitivamente de objectivar as coisas numa relação sujeito-objecto: «O vazio é o vazio».
BODHI: Literalmente «Despertado». Já não trazemos máscaras; por muito que as aparências mudem continuamente como figuras caleidoscópicas, estamos despertados no seio de uma equanimidade de espírito inalterável.
Nada pode afectar o nosso ser profundo pequeno como um grão de areia, imenso como o Cosmo.
SVAHA: «Salvé!». Não é um adeus mas um gesto benevolente, uma mensagem de esperança: «Dirijam-se à outra margem onde a verdade não é distinta das ilusões, onde o sofrimento nascido dos desejos se extinguiu finalmente.
Aster