O caso duma competição pela chave quase em casamento
uma história leve de competitividade
Estavam ambos enamoradissimos, mas nem sequer podiam imaginar, ter tão somente a mais pequena noção do que lhes estava para acontecer.
Viviam os dois num estado ... já de segredos indizívies, que levam as pessoas a confiar mutuamente os seus desejos mais íntimos ... viviam do ar que respiravam entre as bocas, em breves e rápidas inspirações, mas nunca ... nunca pensaram que a vida, esta vida tão "travessa" e caprichosa lhes reservasse tal surpresa e tais decisões que mais frente se iriam colocar.
Sentaram-se calmamente, ao sabor da leve aragem, trazendo as mão unidas num beijo de mãos. Os bancos frios de pedra rapidamente se aqueceram, tão aninhados que estavam ...
... e não se sabe porque passado alguns beijos e promessas, ele sem pensar atira as suas chaves para um canteiro, ali mesmo á frente cheio de flores.
Não foi um jogo propositado, mais uma circunstância, uma coincidência ... mas na leve brincadeira que se iniciou, ambos se deliciaram com as chaves á sua frente. Riram-se entre si, cúmplices de algo que lhes pertencia ... ali mesmo no canteiro à frente.
Ele pedia com carinho que ela lhe fosse buscar as chaves ... e ela ria-se, quase tentada, quase perdidamente apaixonada. Algumas caricias mais, algumas conversas curtas, mas na consciência ainda nada havia que resolver.
E ele de forma amorosa pedia-lhe mais uma vez só para ver a matreirice dos olhos dela, quais amendoas doces que ele tão bem conhecia. Passam-lhe os momentos dessa intimidade nas pernas lindas da sua namorada.
Ela diz que não as vai apanhar ! e vai sorrindo ... inquieta.
Um olhar mais triste mais sério entre os dois e a conversa continua, com ele a explica-lhe que ela não era obrigada, mas que na vida há coisas que amorosamente pedimos para que nos façam. Ela por outro lado amava a situação e teimosamente dizia que ele se poderia deslocar fácilmnte e empurrou-o suavemente. Mas ele, qual teste de amor não cedia e ela qual culpa não tinha, parada estava quase espantada. E ele lamuriando-lhe beijos no pescoço e ternuras, afagava as suas mãos na estreita cintura da sua ainda querida.
Mas ele testava e ela testava-o, teimosamente competitivos.
Parados ficaram no silêncio do parque, olhando as chaves, tão perto e tão longe, qual orgulho imcompreendido e o tempo foi passando ... e um muro de silêncio caiu sobre os dois ... sempre esperando que alguém desse aquele passo necessário e desejado.
Mas nesse dia, senão noutro diferente poderia ser, a noite foi caindo e ela queixava-se que estava com frio e que tinham que ir embora. Ele já não lhe pedia nada ... mas os seus olhos estavam chorosos e ela ao fitá-lo fez-lhe uma festa, uma pequena lágrima gotejou na cara e levantou-se.
Olharam um para o outro e ela lançou-lhe um último, compreendendo a verdade sobre os dois neste teste nunca imaginado e sentiu-se um adeus para sempre.
Estavam afastados por uma barreira ... esse mistério que é o coraçáo humano, mas também a paciência, a dedicação e ahumildade e ele e ela sentiram esse desalento, qual voracidade de um outro mundo não compreendido.
Ficou a vê-la a afastar-se e lá ao longe na figura fugaz, ele levantou-se pegou nas chaves que de ambos agora eram suas e partiu noite adentro.
uma história leve de competitividade ...
Quantas dores de amor, quantas sofridas de tão amadas foram
se outras aos meus pés soluçavam e me pediam
ai amor desequilibrado em paixão arrebatadora
e nos olhos o preço triste da despedida ...
... uns anos depois, nas caras, nas vidas o desalento
qual desentendimento
como se o amor fosse o culpado
dos homens e mulheres ... como se os lábios
ainda doces do sonho e do desejo nos corpos
qual mente fundida...
fossem a parte suja das vidas que se separam
Quem não chorou de amor por muitas vezes
Quem não mal tratou em desamor quem o amava por demais...
Sofri e fiz sofrer ... mas em ambas foram os sentimentos
esta força pessoal da emoção,
quase louca que desfaz o que ama
e que se amados somos, pouco nos liga a tão louca história ... a da outra pessoa.
SM, palavra fractal