Consciência
conhecimento não é aquilo que aprendemos ... mas sim no que nos tornamos

POPULATION AND METROPOLIZATION

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Gaia e SDi

Gaia e SDi

O Alentejo e o Cromeleque de Menires dos Almendres

Foram tantos os contactos, as impressões, as viagens quase sempre a pé, a compreensão de algumas coisas sentidas enquanto doutras nem sempre as mesmas entendidas e por vezes sem qualquer percepção da sua identidade ou origem.
Estes dias foram absolutamente impressionantes, meteóricos.

Fiquei-me bastante pelas conversas com as gentes do Alentejo, homens e mulheres já duma certa idade e quanto ás conversas acontecia ao acabar uma logo outra podia despontar nas vontades.
Quanto a fotos, não sendo a quantidade que mais me importa pois muitas vezes o gosto do pequeno e do pormenor é o que geralmente desaparece das objectivas mais comuns, mas devo ter tirado perto de 2500 fotos completamente engraçadas apesar de amadoras num misto de prazer.


Um dia fiquei sem ir a Monsaraz e a Mourão porque o limite de 860 fotos fora atingido. Quando isso aconteceu a última foto era a de uma caveira inscrita numa cruz com um aspecto um pouco aterrador e eu que não queria acabar a série com aquela foto de maneira alguma. Diminui para 1 megapixel e pronto safei-me.

De compras comprei só um peso antigo de 250 gramas, daqueles das balanças de pesagem para que o equilibrio nas decisões da vida seja a nossa tónica e comprei também um pequeno fio tipo terço na igreja que considerei como a mais bonita...a igreja da nossa senhora da Boa Nova - no Alandroal.
Falei com 2 poetas do populares sem conseguir a desgarrada porque não a sei fazer, andei em antiquários - muitos, adormeci sobre alámos e passei uma noite com um casal checo ao relento no Cromeleque de almendres, experiência essa fantástica.


Percebi a angustia dos Alentejanos por se verem sós e distantes dos seus tempos antigos e com aquelas saudades da juventude, dos pais e mães e amigos e familiares.
Percebi as grandes famílias principalmente as de Évora, Borba e Vila Viçosa com os seus brasões que fui calmamente coleccionando.
O meu horário vespertino de me levantar , quase espartano foi pelas 7... 7 e pouco da manhã voltando mais ou menos pelas 7, 8 horas da noite pois os dias estão grandes.
Perdi-me e achei-me constantemente nos caminhos.

Senti um bem estar interior muito bom. Cansei mas descansei também porque que a vida também o pede e fui provando por vezes alguns pratos terminando por um coelho à caçadora em Arraiolos fenomenal regado a bom vinho tinto.

Descobri as fortunas e os segredos da Família fotocopiando na própria biblioteca os livros editados .... vi a igreja matriz que queria muito conhecer e consegui porque pedi para entrar pois estava em obras pequenas.
Compreendi em parte a tragédia da família que já sabia e confirmei, mas também o oportunismo e a ganância das misericórdias, dos advogados do diabo e da segurança social ou seja o Estado.
Ao longo da história não foram só as misericórdias a ficarem com "o bolo" das compras ao direito aos céus, chamado de direito "celestial", mas sim o ESTADO que também que desde tempos imemoriais se têm apropriado das grandes casas nas cidades, da vida das pessoas e de tudo o que mexe e não mexe. Eis o caso das universidades em Évora, dos conventos transformados e "abandonados " à sua sorte em aquartelamentos, em "tretras" do considerado necessário para a nação e dos muitos abonados nesta hierarquia social - na minha visão.


Quando perguntei na misericórdia pela edição dos dois livros do "poeta" canonizado pelos interesses e poderes, disseram-me que não tinham, não existiam e eu com a prova escrita nas minhas mãos. Enfim, tão megalómanos e altruístas ....mas também tão interesseiros e manipuladores. Ninguém lhes descobre a riqueza, onde começa e acaba. Escondem-na e o Estado e as instituições e os políticos estão todos casados com este dinheiro e os interesses no Alentejo - na minha visão.
Não sei bem se o Alentejo está socialmente e culturalmente a defender-se bem ... se está abertamente a definir e a construir como objectivo as linhas do seu futuro.

Agora tramaram-se os Portugueses pois "nuestros hermanos" que compram tudo sem aparecer, sem dar a cara pensando que económicamente podem dominar Portugal e que é estratégico para eles o mercado dos 10 milhões de consumidores ávidos e endividados cá deste lado. O que não conseguiram durante séculose entrar pelo Alentejo adentro, anão ser com o problema de Olivença fruto da nossa unica guerra civil entre liberais e absolutistas lá para os anos de 1800 e poucos.~

Não estaria apreensivo se por acaso tivesse falado nos últimos 3 meses com algum, por exemplo num encontro fortuito. Não!.... actuam na sombra com os senhores da sombra do Alentejo.
Pode ser que os Espanholitos se enganem, pois quem dá como certo por vezes erra ou é erradicado. Tiro no pé, quem sabe ??? Saberão comprar vontades???? Saberão colocar cá capatazes e nunca aparecer a não ser para receber se preferência do outro lado da Espanha. Dizem que nunca perdem... que a lides são outras e que negociaram melhor a entrada na antiga CEE. Haver vamos ... Quando é que nos aparece um "António de Sommer Champalimaud" ???? na área da grande área Agro pecuária, mas mais humano, mais Português dos nossos tempos e mais Alentejano.


Qualquer dia "AS ALMAS" do condestável, do Geraldo sem pavor, do Afonso Henriques, dos Afonsos I, II, III, dos Sanchos, de D. João I e até o D. João II que mandou matar quem o traiu na praça do Giraldo, mas como ia dizendo talvez apareça uma "ALMA" grande das não das penadas e dá mesmo cabo do SONHO da grande ibéria dominada e determinada só por Madrid. Quanto a nós restanos o consumo. O Sócrates é inteligente mas colegial, a meu ver. Nunca o vi zangado com o exterior, a bater o pé ... têm pé manso, mas quanto ao interior carrega e carrega e aumenta o Estado que é o que fica para além dele.

O mesmo não aconteceu com as milhares de casas à venda sem compradores???, compradas a preços altos e que agora os "lisboetas e outros endinheirados" acharam que é longe e que porventura o interior deixou de estar na moda. Parece um saldo. Mas afinal a única fronteira terrestre que temos ... onde estão eles, os Espanhóis compradores, este "BICHO" papão. O Dinheiro do Alentejo anda resguardado e espera para os ver dobrar nas herdades e nas casas porque é paciente para ver o que dá - no meu entendimento.

Quanto à grande cidade de Évora foi um dia inteiro ... e muitas coisas me escaparam ... muitas outras ficaram e também ficaram as "estórias" que fui ouvindo.
Nos CASTELOS calcorreei quase todos, perdi-me por Évora monte, por terena, pelo Alandroal, Redondo, Vila vicoça, e mais algumas fortificações menos importantes. O que me mais interessava eram as pedras e as estruturas, as argamassas e o granito, as pedras de quartizite e de xisto. A degradação essa é assim mesmo. Havia uma solução ... Há sempre soluções com homens de bom senso
e vontade de trabalho conjunto.
Assisti a um casamento e estive na sepultura de Espanca. Assim como na nossa senhora padroeira de Portugal no Castelo dos Duques de Bragança.

Bebi água tónica, Ginger Ale com gelo e limão para refrescar, e fui comendo amendoins para me aguentar.
A alimentação foi excelente, simples e regrada.
Enfim ... entrei por herdades para meter conversa e ouvir histórias.
O carro parou "100.000" vezes porque a foto era necessária nesse momento e espaço. Uma porca não me largava, um cisne andava de olho em mim, os gatos mamavam sofregamente e especialmente acompanhado de bezerros e bois e vacas de todos os tamanhos e "personalidades".
Mas foram os prédios antigos e a arte simples mas efectiva nas pinturas, as igrejas e os pormenores que escapam à vida e á morte, e a garnde quantidade de cemitérios por onde passei me benzendo dando descanso ás almas.


A terra que mais me encantou - foi precisamente Borba e hoje haverá lá o cortejo da igreja de nosso senhor dos aflitos para a igreja matriz.
Abrem-se as igrejas e percebe-se o alentejano, dono de muitas histórias, mas também de fortunas e com aquele sempre gosto pelo dinheiro dos grandes. Foram obrigados a ser religiosos e ao mesmo tempo detestam o poder das mesmas- pareceu-me a mim.
Grande parte da fortunas das misericórdias e de muitas outras pessoas ninguém as sabe, não se contabilizam. É tudo escondido e por isso tirei fotos a 700 portas fechadas (o 700 é exagero, claro) ... é só para dizer que está tudo ocultado.


Também como característica o facto de os Alentejanos não se perderem para sempre nas conversas. Os melhores - os mais velhos, mas há muita geração com filhinhos de 3 e 5 anos. Aqui há muito homem velho e lúcido e sempre sorrateiramente brincalhão, mais que no litoral onde as mulheres viúvas estão em grande profusão.
Os ajuntamentos para conversa e pelo copo de vinho que também paguei em rodada, eram quase sempre para rir e "achincalhar" na brincadeira. De vez em quando grandes verdades as ouvia.


A malta mais nova especialmente elas andavam de palavrão em palavrão- algumas e alguns. Há a brincadeira que o mete, mas falar abertamente e despuradamente foi uma características em certas conversas.
Bem recebido dei boleias e andaram comigo a fazer de cicerone. Eu também me meto e ouvindo por vezes apimentando.


e pronto terminei numa grande ... grande herdade pela qual entrei e andando sozinho durante uma hora em casario senhorial, igreja, estábulos e outros, encontrei por fim o capataz que me disse que o patrão morrera na 4ª feira e que a herdade possuía mais de mil cabeças de gado e que o alimento ainda era do ano passado, pois as herdades eram grandes e que vendiam tudo cá e que amealhavam tudo e que se sentia satisfeito pelo ordenado de 150 contos e depois pedi para me dizer o nome e vinda dos castelo branco, dos mexia, dos castro, e cujo nome completo"Deus lhe dê o descanso merecido" era constituído por mais de 12 nomes.
Despedi-me a pensar ainda nas antas e nos Menires. Irreal e belo. 4 a 5 mil anos antes de Cristo prevendo o soltiscio de verão e inverno com rigor. Ainda me deram um chá de pimenta preta ... dizendo-lhes que só verde e com jasmim - o que é certo é que me aligeirou a garganta durante bastante tempo.


Alguns menires isolados são "falos" autenticamente. É preciso sintonizar as energias ... a noite foi de luar e estranhamente bela e isolada. Sempre gostei da noite e apesar dos receios e medos, gosto de me sujeitar às minhas fraquezas. Porque não andar à noite no meio de sobreiros ...
A atenção redobra ... os cheiros imperam, os ruídos amplificam, o nosso interior resvala e de repente a dimensão do grande e o prazer do receio e do medo. Falta só uma voz amiga para afastar as almas de outro mundo.


Não sei se tudo isto é verdade ... outros pensamentos. Influências da viagem, talvez ...
SM, palavra fractal