O MEDO da Igreja
Fuchs
O MEDO
Foram as possibilidades de relativização e de individualização da doutrina que a igreja católica mais temeu ao longo dos séculos. Por isso proibiu a leitura directa e individual da Bíblia em língua vulgar até aos anos 20 do século XX. A Mãe proibiu o acesso à palavra do Pai.
A leitura individual da Bíblia foi proibida pela igreja católica desde o século XIII até ao Papa Bento XV (1914-1922).
Só estava autorizada aos teólogos e pregadores e a única versão que deviam seguir era a Bíblia Vulgata, em latim, uma tradução de São Jerónimo (Sec. III), adptada à teologia romana e que comporta muitos erros de tradução e de semiótica.
Lutero foi o primeiro que traduziu a Bíblia para uma língua vernácula (o alemão, a partir das fontes hebraicas e aramaica para o Antigo Testamento, e do grego para o Novo Testamento).
Contra esta insolência, Paulo IV (1557), Pio IV (1564) e Bento XIV (1757) proibiram a aleitura da Bíblia nas línguas vulgares sem autorização da Santa Fé.
A Inquisição Portuguesa levava á fogueira quem tivesse uma Bíblia em casa; era um livro «defeso».
Nos anos 70 do sec. XX ainda o povo Português considerava perigoso, possuir e ler a Bíblia; a suspeita de alguém «ter uma bíblia em casa» era tão grave como a de «ter uma pistola em casa», um perigo, um veneno.
Daí que, com este medo dos católicos portugueses seja notóriamente pobre e supresticioso, conhecendo unicamente as doses de frases esterreotipadas e historietas bíblicas que os pregadores de homilias se dignam a prodigar-lhes.
MOISÉS ESPIRITO SANTO
Giordano Bruno na fogueira ("He turned his face away from the proffered crucifix and died in silence."Cheesy as a paperback cover, Giordano Bruno Burning by André Durand)
SM, palavra fractal