.... ter de ir para a cozinha para ver televisão
Em honra á América Latina, pelo filme na TV, pelo escritor e por ter já ter sentido a magia aqui vão algumas pinturas de Fernando Botero.
O texto abaixo escrito não exprime uma opinião, uma atitude, um comportamento que considere o mais relevante e mais importante na vida ... mas tão sómente uma coisa que não faço usualmente... que é ver televisão. Não vejo televisão de forma persistente ...
Raramente vejo de uma forma consecutiva ou acompanho qualquer programa que seja. Prefiro a actividade e nela ouço música, leio, vou á rua, prefiro falar durante muito tempo e especielamnte sonhar de olhos abertos ... agora ver televisão é que não. Que não seja uma ideologia, um fanatismo, só um hábito que não possuo.
Gosto isso sim dos bons filmes como o que está a dar agora «Havana uma cidade perdida» e que já vi pelo menos duas vezes daí o poder estar ao computador. Bons filmes é a única coisa que aprecio ver. Adoro os bons filmes, mas não os consigo ver face á família que tem outras preferências construídas habilidosamente num marketing e share estudados com minúcia e que valem os milhões da publicidade e o alter-ego da socialité minuscula d´um Portugal pequeno.
Todos sentimos que o panorama televisivo mudou muito as relações ... por exemplo estar ao computador como já disse é igualmente uma forma solitária de se estar ... apesar de combinada com muitas outras actividades.
Tenho de comer uma comida com base vegetariana mas não divergir da família ... tenho de me isolar no computador e não assistir á televisão ... mas não divergir do equilibro da família.
O que é certo é que as relações, as conversas, as actividades e a vivência familiar ficam a perder muito neste mundo actual ...
Haverá um assunto que desenvolverei um dia que é a "infantilização" dos hábitos dos adultos face ás mudanças na sociedade, quanto aos programas e filmes na televisão. Contudo a vida continua difícil e especielamnete mais stressante.
"É premente reconhecer os espaços de encontro que nos tirem da condição de multidão massificada que vê televisão solidariamente. O paradoxo é que parecemos estar ligados ao mundo inteiro através desse ecrã, quando na verdade nos retira a possibilidade de conviver humanamente e, tão grave como isso, nos predispõe à abulia. Ironicamente, eu disse em muitas entrevistas que « a televisão é o ópio do povo», modificando a famosa frase de Marx. Mas, segundo creio, vai-se caindo em letargia diante do pequeno ecrã e mesmo que não se encontre nada do que se procura fica-se ali, incapaz de se levantar ou de fazer alguma coisa de útil. Tira-nos a vontade de fazer um trabalho manual, de ler um livro, de arranjar alguma coisa em casa enquanto ouvimos música ou fazemos jardinagem. Ou de ir a um bar com um amigo, ou de conversar com a família. É um tédio, um aborrecimento a que nos habituamos, «à alta de melhor». Estar monotamente sentado em frente da televisão anestesia a sensibilidade, estupidifica a mente, prejudica a alma.
Estão a embotar-se os sentidos ao ser humano, cada vez requer mais intensidade, como os surdos. Não vemos o que não tem a iluminação do ecrã, não ouvimos o que não nos chega carregado de decibéis, não sentimos os perfumes. Já nem as flores os têm." Resistir, de Ernesto Sabato
O texto abaixo escrito não exprime uma opinião, uma atitude, um comportamento que considere o mais relevante e mais importante na vida ... mas tão sómente uma coisa que não faço usualmente... que é ver televisão. Não vejo televisão de forma persistente ...
Raramente vejo de uma forma consecutiva ou acompanho qualquer programa que seja. Prefiro a actividade e nela ouço música, leio, vou á rua, prefiro falar durante muito tempo e especielamnte sonhar de olhos abertos ... agora ver televisão é que não. Que não seja uma ideologia, um fanatismo, só um hábito que não possuo.
Gosto isso sim dos bons filmes como o que está a dar agora «Havana uma cidade perdida» e que já vi pelo menos duas vezes daí o poder estar ao computador. Bons filmes é a única coisa que aprecio ver. Adoro os bons filmes, mas não os consigo ver face á família que tem outras preferências construídas habilidosamente num marketing e share estudados com minúcia e que valem os milhões da publicidade e o alter-ego da socialité minuscula d´um Portugal pequeno.
Todos sentimos que o panorama televisivo mudou muito as relações ... por exemplo estar ao computador como já disse é igualmente uma forma solitária de se estar ... apesar de combinada com muitas outras actividades.
Tenho de comer uma comida com base vegetariana mas não divergir da família ... tenho de me isolar no computador e não assistir á televisão ... mas não divergir do equilibro da família.
O que é certo é que as relações, as conversas, as actividades e a vivência familiar ficam a perder muito neste mundo actual ...
Haverá um assunto que desenvolverei um dia que é a "infantilização" dos hábitos dos adultos face ás mudanças na sociedade, quanto aos programas e filmes na televisão. Contudo a vida continua difícil e especielamnete mais stressante.
"É premente reconhecer os espaços de encontro que nos tirem da condição de multidão massificada que vê televisão solidariamente. O paradoxo é que parecemos estar ligados ao mundo inteiro através desse ecrã, quando na verdade nos retira a possibilidade de conviver humanamente e, tão grave como isso, nos predispõe à abulia. Ironicamente, eu disse em muitas entrevistas que « a televisão é o ópio do povo», modificando a famosa frase de Marx. Mas, segundo creio, vai-se caindo em letargia diante do pequeno ecrã e mesmo que não se encontre nada do que se procura fica-se ali, incapaz de se levantar ou de fazer alguma coisa de útil. Tira-nos a vontade de fazer um trabalho manual, de ler um livro, de arranjar alguma coisa em casa enquanto ouvimos música ou fazemos jardinagem. Ou de ir a um bar com um amigo, ou de conversar com a família. É um tédio, um aborrecimento a que nos habituamos, «à alta de melhor». Estar monotamente sentado em frente da televisão anestesia a sensibilidade, estupidifica a mente, prejudica a alma.
Estão a embotar-se os sentidos ao ser humano, cada vez requer mais intensidade, como os surdos. Não vemos o que não tem a iluminação do ecrã, não ouvimos o que não nos chega carregado de decibéis, não sentimos os perfumes. Já nem as flores os têm." Resistir, de Ernesto Sabato
