Consciência
conhecimento não é aquilo que aprendemos ... mas sim no que nos tornamos

POPULATION AND METROPOLIZATION

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Gaia e SDi

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AL MOUHTAMID IBN ABBAD de Beja a Silves 1040-1095

Viagem ao mapa genético ... de uma poesia de sangue Árabe também em nós

Será que a "SAUDADE" têm antecedentes ... NOSTALGIA ??? Imagens queridas do passado ....ÁRABES!!!
e a nossa arte de versejar ao "despique" no Alentejo têm também a sua origem no passado e neste engenho!
Sabem que em Angola nos "muceques" também arte igual prevalece .... Portugueses, Árabes, Africanos ???

Humanos e sociabilização das artes globais apesar de todos os "precalços" de uma história conjunta.....



PRAÇA
AL MOUHATAMID IBN ABBAD
REI/POETA:1051 - 1091
Nasceu em Beja: Governou em Silves: Reinou em Sevilha: Faleceu em Marrakectch



Evocação de Silves
Dá saudades a Silves e pergunta-lhe,
Ó meu caro Abu Bekr, se esses montes,
Esses lugares impressos na minha alma,
Estampas vivas dos meus sonhos jovens,
Se recordam de mim. E diz ainda
A esse inolvidável Charadjib,
Ao soberbo palácio cujas salas,
Sempre cheias de moços e beldades,
Davam exacta ideia de uma cova
De cálidos leões ou de um harém,
Diz-lhe que longe - e longe só da vista
Mas não do coração - vegeta um homem,
Um exilado do seu ninho afável,
Ardendo em ânsias de tornar a vê-lo! (...)
http://blogal.blogspot.com/

AL-MU'TAMID - Príncipe-poeta nascido em Beja ( 1040-1095 ), governou Silves na juventude e mais tarde Sevilha, capital de um reino Taifa. Amigo do poeta algarvio Ibn 'Ammâr, com quem formou animada tertúlia literária em Silves.
A ele se atribui a construção do famoso Axarajibe ( Palácio das Varandas ) e é ele, segundo alguns, o rei mouro da Lenda das Amendoeiras. É dele o famoso poema Evocação de Silves. Morrerá preso em Agmat ( Marrocos ), para onde foi deportado após a invasão almorávida da Península Ibérica.

Sobre os povos e gentes de Silves

Por sua vez, al-Himyari diz-nos o seguinte:"... Os seus habitantes, assim como os dos povoados vizinhos são árabes originários do Iémen e de outras regiões da Arábia; falam árabe muito puro, exprimem-se de forma eloquente e recitam espontaneamente versos; todos, gente do campo e citadinos, são notavelmente dotados. As gentes das terras em redor de Silves são extremamente generosas e ninguém, nesse aspecto pode excedê-las".

Al-Qazwimi, citando al-Udhri, diz o seguinte:"Entre as suas maravilhas está o facto de que nela mora muita gente; é raro que entre os habitantes de Silves se encontre alguém que não saiba fazer poesia ou não saiba de literatura.Se se passa junto a um lavrador que esteja ocupado com a junta e lhe pedires um poema, recitá-lo-á no momento; qualquer significado que lhe perguntes ou qualquer explicação que lhe solicites, explicá-los-á com toda a perfeição".

A descrição de Idrisi é a seguinte:"Silves é uma linda cidade. Está situada numa colina. Tem um castelo com fortes muralhas e belos edifícios e fartos mercados. Habitam-na árabes do Iémen e de outras partes que falam uma língua muito pura e, com eloquência, sabem improvisar em verso, quer os homens da cidade quer os camponeses".
Deste talento versejador e repentista das gentes da Silves muçulmana dão-nos testemunho ainda autores árabes, sendo de referir o que relata al-Maqqari a propósito do próspero Ibn-Munakhkhal, poeta, que tinha um filho que, apenas com 9 anos, versejava ao desafio mantendo o mote e a métrica.


Al-Udhri confirma que, de facto, na Silves desse tempo, todos eram improvisadores em verso e que ninguém se faria rogado, ao ser interpelado, em responder de pronto e a propósito, em rimas adequadas.

Al-Dimashqi diz mesmo que o talento poético dos silvenses era tal que ficou proverbial.

É conhecido o célebre episódio do passeio do então ainda príncipe al-Mu'tamid com o seu vizir e grande poeta Ibn 'Ammar. Costumavam ir até um lugar de recreio conhecido como Pradaria de Prata.

Uma tarde em que aí estavam, levantou-se uma brisa que eriçou a superfície das águas. Al-Mu'tamid de imediato fez o verso:
"O vento faz a água uma loriga"
dizendo ao seu amigo que o completasse. O facto é que Ibn 'Ammar não o fez. Mas uma rapariga que estava por perto respondeu rimando em árabe:
"Que cota de malha seria se gelasse!"
Deste talento poético nasceu uma relação que transformaria a jovem escrava na esposa favorita do rei-poeta e uma paixão que duraria até à morte.

pt.wikipedia

Muhammad ibn 'Abbad al-Mu'tamid ou Abad III (1040-1095) foi o terceiro e último rei da dinastia Abádidas que governaram a taifa de Sevilha no século XI. Foi também um dos poetas mais importantes do Al-Andalus.
Nascido em Beja, al-Mu'tamid era filho do rei Al-Mutadid, conhecido pelo seu carácter cruel. Aos treze anos comandou uma expedição militar que esmagou uma revolta em Silves e o seu pai nomeou-o governador dessa região.
Em Silves, al-Mu'tamid conheceu Ibn Ammar, um poeta nascido em Shannabus, localidade que talvez corresponda à actual Estômbar. Entre os dois estabeleceu-se uma profunda relação, que se especula ter tido uma natureza homossexual. Al-Mu'tamid escreveria mesmo um poema ("Evocação a Silves") sobre a sua juventude com o seu amigo naquela cidade. O pai de al-Mu'tamid sempre viu com maus olhos esta relação e enquanto foi vivo procurou afastar o filho de Ibn Ammar.
Em 1069 al-Mu'tamid sucedeu ao pai e uma das primeiras coisas que fez foi nomear o seu antigo amigo vizir do reino. Ibn Ammar ajudou-o na expansão do reino com a conquista de Múrcia e al-Mu'tamid nomeou-o governador daquela região.
Ibn Ammar era profundamente ambicioso e por diversas vezes conspirou contra al-Mu'tamid. Ibn Ammar usaria mesmo as suas habilidades poéticas para escrever uma série de versos que ridicularizavam al-Mu'tamid e a sua amada, I'timad. Al-Mu'tamid acabaria por prender Ibn Ammar e durante um ataque de fúria entrou na cela onde aquele se achava e matou-o com um machado.
Na corte de al-Mu'tamid reuniram-se alguns dos maiores estudiosos e homens das artes da época, como o astronómo Al-Zarqali (Arzaquel), o geográfo Al-Bakri ou os poetas Ibn Hamdis, Ibn al-Labbana e Ibn Zaydun.

Tumulo Al-Mu'tamid


SM, palavra fractal