modelização no imaginário dos relacionamentos
...de braço dado num centro comercial... até que a meio tempo me perguntaram em que é que estava a pensar ...
as pessoas naquele preciso momento fluiam pelos meus olhos viajando, rápidamente sem que isso me desse qualquer incómodo. Disse que estava a pensar ... a pensar em algumas coisas ...
mas onde estás tu e riam-se! ..aqui...aqui dizia eu porque me sentia realmente ali...mas diz-nos lá então ... conta, conta lá. Olhei um pouco relutante ... um nada desconfiado ...mas também com uma pequena vontade de tentar falar, misto de alguma indiferença esquecida lá nos meus pensamentos e continuei o caminho por entre as pessoas, caras e geitos pensando que se iriam esquecer...está bem com o café ...
Vejo o relacionamento entre duas pessoas como um crescimento distinto entre ambos. Muitas vezes o papel de uma pessoa é de elevar a percepção da outra deixando no entanto na decisão da sua escolha própria, como uma opção pessoal que muitas vezes é diferente do que inicialmente pensáramos.
Ao longo da vida as pessoas podem manter uma necessidade contínua e nem sempre explicável de partilhar este caminho em comum porque assim o desejam e escolhem. Mas não há razão para dois em um, e avida demonstra-o.
Outra situação será pensar sobre os motivos que levam á separação das pessoas, ou sobre a paixão, e sobre o amor, as espectativas individuais e de ambas as pessoas, os problemas por vezes muito difíceis que se colocam na vida, entre tantos outros...
Imaginei primeiro uma coisa a que chamei de auto-estrada. As auto-estradas entre as pessoas podem ser nos assuntos mais importantes, por exemplo a auto-estrada do amor e da aceitação, a auto-estrada do conforto e da economia, a auto-estrada do sexo e entendimento amoroso, a auto-estrada na educação dos filhos ...
Na mesma sequência, pensei para aspectos mais simples uma espécie de vias comunicação múltiplas, quase neuronais, que passam entre as duas pessoas e que envolvem os muitos sentimentos e formas de ver o mundo que as pessoas desenvolvem em conjunto ou em separado, aceitando ou rejeitando ...
Por fim na multiplicidade das pessoas designei por pontes o estabelecimento de ligações espontâneas que muitas vezes permitem no tempo o estabelecimento de energias e acções importantes na diversidade individual ... as ligações rápidas e multifacetadas, ou as estruturas que se desenvolvem crescendo como as células na oportunidade e na envolvente do ambiente ... e estas pontes, que também se podem quebrar, partir, cair em situações a que nos vamos expondo e que muitas vezes respondemos conforme o bom senso ou sapiência assim nos aconselha, ou o medo, ou a vontade de quebrar, de renovar, enfim novamente na multiplicidade fantástica na vida e nas suas combinações ...numa realidade individual que quase sempre afecta todo o conjunto próximo das pessoas ... 
Depois apareceu-me a ideia da necessidade de compreensão que temos de ter dos outros e que geralmente não nos satisfaz totalmente .... quase carentes duma atenção constante ... e que faz com muitas pessoas usem e abusem do poder, do dinheiro, da posse sobre coisas ou pessoas para determinar essa imensa moldura emocional ... e ainda há as qualidades inerentes á nossa natureza ... assim como também as pessoas que se permitem avançar, as que param ou não se desenvolvem e por aí adiante em direcção á complexidade humana.
As pessoas neste caso são representadas pelas colunas nos desenhos... direitas ou inclinadas, maiores ou menores, isoladas ou em pares numa combinação fértil como o contexto actual da vida... com mais ligações ou menos entre si ...
As perguntas podem ser imensas ... a doença e o sofrimento fazem crescer ou diminuem a pessoa ... e quem acompanha ... como se faz sentir a sua influência .... os casos da vida são assim individuais ou colectivos ...
a resistência ás dificuldades aumenta ou diminui com o avançar da vida, a envolvente humana e social...faz crescer ou decair ... e o futuro dos nossos filhos, a sua educação ... a nossa passível influência ...
o envolvimento, a carência, a percepção que não há dualidades, o amor e o que não controlamos... a vontade de rir e o bom feitio de aceitação ...
Que auto-estradas se estão a desenhar e serão as vias de comunicação um modelo que permite criar a tal estrutura de envolvimento e crescimento necessários e que pontes, que mistérios do devir nos hão-de penetrar e influenciar ...
Explicava porque as pessoas crescem de forma diferente e querem coisas diferentes e que têm uma "missão" de encontrar o seu dom na existência e potenciâ-lo .... e que todos devemos viver em consciência ajudando o possível..
Acabei ... com as pessoas que me acompanhavam de olhos abertos ... porque tinha estado a imaginar toda esta imensa realidade num Centro de lazer ... complexo! ? Acham ... que as coisas acontecem quando queremos ?
SM
